terça-feira, 10 de maio de 2011

Dos eternos recomeços

Depois de vários meses sem fazer aulas por conta de trabalho escravo, quando me sobra pouca energia até para cuidar de assuntos vitais, meu corpo me cobra. Sinto dores no trapézio, tendinites e enxaquecas se fico sem me exercitar pra valer por algum tempo.
Então achei que estava enferrujada e achei que estaria morta após uma aula de duas horas, mas qual não foi a minha surpresa, quando saí renovada e meu corpo pedindo mais. Agora um novo desafio: estou preparando uma coreo solo de fusão de dv e flamenco para estudos. Sinto que nada me entusiasma mais no mundo. Poderia ficar um dia inteiro só nesses preparativos, a coreo, a roupa, os adereços, mas não dá porque não é assim que eu ganho a vida e tenho de trabalhar sentada, sendo o movimento físico de maior esforço o levantamento de dicionário, e isso ainda porque faço questão de ter os mais importantes em papel para não ficar na mão em caso de queda de energia.
Penso que em dança exercício da técnica com supervisão é necessário para nos indicar caminhos e para que o nosso corpo não desabitue dos movimentos aprendidos, mas podemos utilizar essa técnica a serviço da arte, que para ser boa não deve ter amarras na minha opinião (e na de um monte de gente que entende muito mais de arte do que eu). Você pode aproveitar a técnica e construir algo que faça sentido para você, sendo canônico ou não.
A vida traz muitas surpresas e assim como me sentia amarrada ontem, representa um salto no ar hoje.
Escrevi esse post em solidariedade às desanimadas e combalidas, como me senti ao término de um período. Você pode fazer o que gosta, você pode evoluir e se superar, em qualquer momento e não apenas quando está na casa dos 20. Outra coisa importante: Não deixe ninguém, nem "amiga", nem marido, nem chefe, nem uma banca (não, eu não fui nem nunca irei me inscrever em nenhum selo de qualidade, que Deus me defenda desse estresse, embora ache úteis e proveitosos os workshops preparatórios),nem professora dizer, explícita ou implicitamente, qual é a medida que a dança tem em sua vida se isso é realmente importante para você.
Lembre-se dos elogios sinceros que já recebeu, daquele sorriso de contentamento das bailarinas e professoras talentosas que já teve e que admirava, após uma apresentação sua e siga em frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário